Dito de outro modo…
Dito de outro modo, e porque não,
O meio ambiente influencia-me.
O ambiente impele e sentencia-me
As vontades, o ânimo, a disposição.
Nos opostos e nos concordantes,
Nada será igual ao que era antes.
O vento, que me serena a indignação,
E a lânguida e imperiosa bonança,
Que me hostiliza a temperança
E desorganiza a compreensão,
Num frio que de longe me aquece,
Por um calor que de perto me esquece.
Partindo desta invernia que é o meu Estio,
Rogo por uma Primavera sem Outono.
Quero um amar e um mar sem posse, nem dono.
Um querer verde viçoso e maduro esguio,
Sem malvadez, figurado, sem figuração,
Manifesto aurorar, no ocaso da emoção.
Em boa verdade, da maresia e em marejada,
Retenho o odor e os balanços afectuosos,
Os amparos e resguardos de abraços oficiosos,
De beija-flor de fidelidade dissimulada.
Sebes de cedros que cederam à acalmia
E um pinheiro manso que enraizou na ventania.
Dito isto e dito de outro modo e outra vez,
A flor da laranjeira ficou em branco pérola,
O anjo, resplandecente, perdeu a auréola.
Mas, o espinheiro deu viço e melhorou a tez.
Do jardim, que agora é um bravio valado,
Não colho flores, colho amoras descansado.
Olá, as amoras são muito bonitas embora a planta "arisca" e com espinhos, mas o que não custa a obter provavelmente não dará tanto prazer como aquilo que se tem alià mão. Todos os anjos são mais ou menos um pouco demónios, tal como as pessoas quando julgamos que são "aquelas" nem sempre o que parece é. Seja como for eu penso... Que há que em desencontros encontrar um consenso se vale a pena... Se existe amizade, sentimento, afecto amor, não há nada que não se perdoe e não se possa começar de novo, mas terá de havê-lo de parte a parte tal como a vontade de se harmonizar... E o tempo é tão curo a vida tão imensamente complicada para mesmo em descanso continuarmos a comer as nossas amoras sozinhos...Gostei muito especialmente de algumas passagens "Manifesto aurorar, no ocaso da emoção..." as primeiras seis linhas estão fabulosas...Em suma é um regalo ler-te e desculpa se me ponho com as minhas teorias mas quando gosto de ler torno-me uma chata e nem sempre acerto no que as pessoas sentem se for o caso peço muita desculpa. Uma beijoca doce bfsemana
ResponderEliminarPerdoa-me também algum erro que dou a escrever porque nunca corrijo a tempo... Bj
ResponderEliminar:)
ResponderEliminarA última vez que colhi "amoras" fui bem picada por uma vespa. Não voltei a fazê-lo... quem sabe um dia :)
Verniz Negro:
ResponderEliminarTodo aquilo que escrevemos ganha uma vida própria aos olhos dos outros. Umas vezes próxima do que sentimos outras vezes diferente, oposta até. Os teus comentários são gratificantes pela confirmação e, por vezes, pela nova perspectiva. Também gosto muito de te ler.
Entendo o que escreves e entendo a existência de possíveis erros. Acontece-me o mesmo, principalmente frases mal construídas pela pressa em debitar o que se sente e pensa…
Agradeço-te a visita e a generosidade e o carinho dos comentários.
Bem-haja!
2linhas:
ResponderEliminar;)
Quem sabe…
Eu gosto de amoras e, felizmente, já não sou picado por uma abelha há bastante tempo. Este final de Verão estive muito próximo de um vespeiro, estava a apanhar figos (adoro figos…) e pousei alguns num muro (cinco), por cima de uma fenda (na junta entre dois tijolos) que albergava o dito vespeiro. Quando ia pousar mais figos apercebi-me das criaturinhas a espreitar… Não desisti dos figos e tirei um a um, creio que se fossem seis não me escapava…