terça-feira, 22 de novembro de 2011

Juras vãs


Juras vãs

O céu ficou carregado de interrogações
E a terra ficou inquieta, mas calada.
Parece não existir uma morada,
Um porto franco sem frustrações.

Abertos os espantos e as confusões,
Abertas as feridas da alma profanada,
Derramada a vontade mortificada,
Fecha-se o coração com rústicos grilhões.

Não vês como as palavras nos abandonam
E as frases, proferidas ou silenciadas,
Nos amotinam, dividem e condicionam?

Há sonoridades que não combinam, usadas;
Dentro do afastamento e abandono, aprisionam,
Como armadilhas ardilosas e descaradas.

Aveiro, 30 de Junho de 2008.


12 comentários:

  1. Olá venho de novo agradecer-te a visita e dou com este poema. De certo modo magoou-me lê-lo, apesar de ser a tua realidade "passada" quiçá, mas está espectacular. Tanto que me deixou a querer não o ter lido por me lembrar uma realidade presente. Mas há que ter coragem e enfrentar os nossos "fantasmas" e o poema está muito bem feito. Muito bonito. Obrigada eu por escreveres tão bem e por gostares de me ler. Um beijinho

    ResponderEliminar
  2. A névoa turva o olhar
    Não permite achar um caminho
    Não sabe para onde se virar
    Mantém-se ali sozinho.

    Constrói muros e protege
    Um coração já sem vida
    De tanta ferida marcada
    De tanta palavra proferida.

    As palavras não abandonam
    Ficam apenas silenciosas
    Dentro, se aprisionam
    À espera da liberdade preciosa.


    :)

    ResponderEliminar


  3. Verniz Negro:


    Olá!
    É pena que, por vezes, o esmiuçar e o dissecar de um assunto, em poesia, principalmente, possa tocar as pessoas dessa forma menos agradável.
    Obrigado!
    Um beijinho!

    ResponderEliminar


  4. 2linhas:


    Há sempre pelo menos uma perda quando o silêncio, em vez de intermitir, assume o controlo total, absoluto, e anula o emissor.

    ResponderEliminar
  5. Ok... não sei a dobrar, não me perguntes como fiz aquilo.

    ResponderEliminar
  6. Ahh... então se é, podes sorrir novamente :)

    ResponderEliminar

Obrigado, pelo seu comentário!