Encontrei, no
sótão, alguns afectos
mal arrumados,
como que
abandonados. Fiquei,
e eles comigo, sem
palavras. Sempre
as palavras ou a
falta delas.
Quando não há
palavras não se
pode começar,
nada,
com elas.
Parece óbvio
e impõe-se que o
seja e o pronuncie.
Alguns afectos
tinham companhia
ou
acompanhantes.
Nuns casos era o
medo
ou vários medos,
também, mudos e,
alguns, ainda,
sós.
Noutros, casos,
era a razão
ou as razões,
que, em algumas
situações, acompanhavam
só o medo; ou o
medo e os afectos, quando não
estavam isoladas.
Vi anais pueris, a
brincar com
as coisas sérias;
com as sisudas;
com as
misérias.
Nunca deixarão de
ser o
que eram.
Tropecei em
pedaços de carácter,
perdido,
Sem vocábulos ou
termos.
Fragmentos que se
misturam com todos
os
sentimentos,
visíveis
ou invisíveis.
Havia um covil, do
ardil, descoberto,
mas tapado,
com os olhos
grandes já de fora;
Asas, asinhas,
aselhas e asas sobresselentes;
Halos, com
auréolas, e diademas;
Sortes e reveses.
Não sei quantos
afectos, e/ou
medos e/ou razões
desceram comigo, para
este chão
desarrumado.
Ou se, por
desventura ou fortuna,
terá descido alguém.
Belo, belíssimo, brincas com as palavras de uma forma natural, única e expontanea. Obrigado por me encantares. Beijinho amigo, até amanhã.
ResponderEliminarAcredito que seja bom que a certa altura os afectos tenham sido encontrados, tenham descido do sotão e mesmo desarrumados, tenham estado presentes.
ResponderEliminarAs palavras, deixa-as fluir, dá-lhes a mão se veres que elas tem medo. Ou que a razão se impõe.
Quebra o silêncio.
Eu é que te agradeço, Noctívaga!
ResponderEliminarBeijinho
Olá, Sol!
ResponderEliminarEm sintonia, há recordações que se materializam em palavras e que valorizam o que usufruímos no presente.
«Quebra o silêncio.» Gosto!
Isso apenas significa que o passado nos fez aprender, crescer, evoluir...
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