I
Sob um Sol acanhado,
Espero, num banco, sossegado,
Que passem as horas tranquilas,
As horas serenas,
Antes do suplício agitado
De um labor de penas.
II
Dou por mim a olhar sem nada ver;
A ouvir sem nada perceber,
Como um alheado e ausente,
Nas horas de pasmar.
Um abismo a crescer
Desvairado e de pernas para o ar!
III
São tantas as antenas
(Umas grandes, outras pequenas)
E os postes de tensão.
É um quadro saturado,
Como eu, também, apenas
Sob um Sol acanhado!
IV
Um cartaz anuncia um sorteio,
Um mundo feliz de devaneio.
Muitas cores, garridas, e branco,
Com gente bonita e resplandecente,
Bastará acertar em cheio
E tudo, mas tudo, será diferente.
V
A espera sentada
Viu a hora chegada
Do tempo do fim,
Sem vales de valor anunciado;
Sem opção, com escolha condicionada;
Sob um Sol acanhado!
Braga, 07 de Maio de 2008.
Deixo-te um beijinho sob uma Lua pálida mas bem-vinda. É realmente penosa a jornada de labor e tudo o que nos faz alhear e por vezes podia estar ali tão perto a um passe de mágica, um devaneio da sorte. Fica bem. Uma noite descansada.
ResponderEliminarOlá, Noctívaga!
ResponderEliminarÉ um devaneio de destino, à sorte.
Obrigado pela visita e pela generosidade do comentário.
Beijinhos