A ria sorri, sim. Convida-me e dança. Insiste!
(Talvez algo em mim esteja moribundo e resta.)
É a cumplicidade natural dos agonizantes que atesta
Os finais das partes, ou do todo. O silêncio em riste.
Mas sou um corpo estranho que não desiste.
Ou serei a resistência? Não reconheço o que se manifesta.
Tudo em mim é vontade, verdade e aresta.
A ria sorri, em vida que encerra mortes. É triste!
Não faltam os testemunhos e a assistência;
Juízos de sensatez e propósitos de conjectura.
E a ria liberta-se do odor dos dejectos da aparência.
Parece que sempre fiz parte desta desventura,
Há demasiada vida na morte que infesta a existência.
A ria sorri num esgar próprio dos finais e da minha
loucura.
A ria sorri-te e tu sorris para a ria.
ResponderEliminarEu sorrio e gosto do poema (soneto). Encontro nele, também, alguma sátira.
Um beijo.
Olá, Laura!
EliminarObrigado!
Um sorriso e um beijinho.
Sorrimos (todos) para a tua lucidez.
ResponderEliminarBj
Obrigado, Vera!
EliminarVenha daí o sorriso!
Beijinho e sorriso daqui, também!
"Há demasiada vida na morte que infesta a existência"
ResponderEliminartantos de nós não passamos de mortos vivos, passando pela vida sem viver, acredito que sejam essas momento em que a ria se ri para ti, que consigas ver que há vida e felicidade para lá do que sentes no momento, eu acontece-me com o mar.
beijinhos