Ao meu pai
A pedra pergunta «lembras-te de mim?» com se dissesse, a gosto,
a vida, devolvendo o eco da interrogação involuntária do
meu rosto;
e a chuva cai, como é usual precipitar-se:
indiferentemente.
Acendo o teu aniversário. Dizem-me que, aqui, tudo
termina
mas, é aqui que inicia um universo de ternura que me ilumina.
Olho, sem ver, o tiritar da chama da vela condescendente;
não vislumbro céus ou infernos, apenas uma ou outra alegria
e cenas dispersas, tingidas de bruma e de pó consistente
com a exactidão que a memória tenta garantir às histórias
e a fantasia.
[miscelânea]
Uma comovente homenagem, que me sensibilizou particularmente... até porque perdi o meu pai bem cedo, por motivo de doença... prolongada... como hoje se refere... para contornar a palavra...
ResponderEliminarBeijinho
Ana
Emociona-me bastante este poema.
ResponderEliminarbjks