Chegam a cidade mais gaivotas. Tantas que parecem ser
todas
as gaivotas, um único e gigantesco bando de gaivotas
silenciosas.
Tentam acomodar-se pelos canais, pelos terraços,
varandas, passeios,
ruas... disputam todos os espaços físicos numa grandiosa
ordem,
mas, estranhamente, em silêncio. Tudo isto gera uma
diversidade
de sentimentos, que geram palavras, não nas gaivotas. E
as palavras
repetem os sentimentos ou geram novos sentimentos, que
produzem
mais palavras que ganham sons. São agora as palavras que
criaram
estes sentimentos e toda esta confusão, onde: o dia não
se importa;
o ulmeiro ri, perdidamente; a higiene do amor fica
esquecida,
como que numa loucura sumariamente albuminada; e o verso voador
como que numa loucura sumariamente albuminada; e o verso voador
vai de encontro ao vaso de poesia, que esta à janela a
sonhar,
por ver os banais sábios de sempre a debater a luxuria
das nuvens.
Tudo fruto de mais palavras, já em itálico, já em carne
viva e pasmos.
Não se perde a poesia. Não chames o passado, que temos
toda a vida.
[sobrevoo]
Sempre maravilhoso de ler!
ResponderEliminarBeijinhos
O que dizer?...
ResponderEliminar...Lindo!
:)
Bjks
Há qualquer coisa de obsceno, imoral... quando a ordem e o silêncio reinam, à nossa volta, em qualquer circunstância... vai contra a nossa verdadeira natureza... um verdadeiro convite... à imaginação sem limites... de deixar tudo fora do sítio, virado do avesso... em carne viva e pasmos... como muito bem dizes... e questionar a ordem e a natureza das coisas...
ResponderEliminarE a poesia... é um verdadeiro instrumento... ao serviço da natureza humana... veio-me à cabeça uma frase de Hemingway, que li há alguns dias... "Não há nada para escrever. Tudo o que você precisa fazer é sentar-se em frente da máquina de escrever e sangrar."
Mais um belíssimo trabalho teu, quw adorei descobrir por aqui...
Beijinhos
Ana