quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

{Face}




É fácil e comum encontrar-nos e perder-nos numa 
página em branco, consciente ou inconscientemente, 
sem ordem, sem tempo, sem razão aparente, 
seja qual for o seu formato, identidade ou cor. 
Uma página em branco é potencialmente infinita 
e, possivelmente, inexistente; tem inúmeros esconderijos, 
que ultrapassam os grandes abismos dos seus rebordos, 
ou a eventual contiguidade, efémera ou persistente, 
de outras páginas. Ali está o voo que ainda não foi visto; 
os poemas que nunca o serão; a lucidez da mentira 
e a loucura da verdade; os mananciais de todas as águas; 
incontáveis luzes; tantas e outras páginas em branco, 
como o futuro, a neve, as neblinas ou nevoeiros; todos 
os universos e os possíveis vazios e os seus interstícios. 


 [sobrevoo]



6 comentários:

  1. [Bem-vindo! ou bom regresso] :)
    Agrupar o rosto, a página em branco. Gostei muito.
    Bjks

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  2. quantas vezes as paginas em branco escritas por alguém se torna no espelho de vida de quem as lê.
    beijinhos

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  3. Adorei esta página em branco... onde pouca coisa, terá ficado por dizer...
    Sempre um prazer imenso... percorrer estas tuas páginas...
    Beijinhos
    Ana

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