sexta-feira, 2 de março de 2018

Singularidade





Transformada a poesia numa imensa capoeira, 
hoje, sou eu que cisco nas folhas de papel, o meu chão. 
As palavras são, agora, minhocas e não há amanhã. 
Por isso, cisco sem pressa, sem medo, sem confusão
ou, apenas, com a confusão necessária ao movimento 
suficiente para me resgatar do infinito do hábito. Não 
aparenta, quase não se nota, mas, eu voo, enquanto cisco.  
Voo sem voar. Voo o bastante para manter essa ilusão. 
E o meu céu verde, continua verde. Talvez cisque em mim. 


 [sobrevoo]



11 comentários:

  1. Talvez cisque em mim...forte!
    Vi que vc visitou meu blog, Letras QUE Se Movem. Obrigada .

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  2. Desarmante e encantador, este voo rasante, nos meandros da poesia... com um remate final, perfeito!!!
    Adorei! Bom ter-te de volta, por aqui, Henrique!... E grata pela tua presença, lá no meu canto... já tinha saudades de ciscar, por aqui!... :-D
    Beijinho! Feliz semana!
    Ana

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  3. Aos anos a escrever e sempre a te reinventares, fiz um voo rasante pelo teu ciscar e gostei.
    bjs

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  4. O poema aponta-me tantos caminhos. :) E é tão bom!
    Sendo-se engrenagem de uma engrenagem maior, pode não se ser apenas parte, ou a parte.
    Boa Páscoa, se for o caso!
    Bjks
    [Já não te encontro no Blogs Portugal...]

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  5. Olá. Visitando, vendo, lendo, admirando, e gostando muito das suas publicações
    Gostei muito da sua poesia
    .
    * Amor: a Incompreensão dos sentimentos *
    .
    Votos de uma Páscoa muito feliz,
    repleta de amêndoas feitas amor
    .

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  6. Aguardando que o teu voar... se transforme em voltar...
    Beijinhos! Esperando que tudo esteja bem, aí desse lado...
    Ana

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