segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Deambulando


Procuro as ausentes respostas.
Saio para a rua.
Respiro fundo, endireito as costas.
Sinto-me bem a olhar para a Lua.

Companheira, de quem é a verdade?
Pareço um louco, seguramente.
Falo sozinho, é a realidade,
E sigo pelo caminho sem gente.

Aperto o passo.
Olho para o chão,
Para disfarçar o embaraço.
Continuo em reflexão.

Sinto um arrepio de frio,
Inspiro demorado, uma vez mais.
Ah, a ria! Estou no Rossio.
Não emanam bons aromas estes canais.

Volto, não vou em frente.
Há caminhos que eu não quero,
Nem dentro, nem rente!
O que procuro não está ali, espero.

Sacramento de ilusórios prazeres!
A ria já não tem musas verdadeiras,
Terão, hoje, outros afazeres…
Talvez sejam mais caseiras.

Não as condeno. Afinidade.
Esta água profanada,
Que, moribunda, reclama e brade,
Recupera mas é insana.

Respostas? Não encontrei,
Trago mais quesitos.
Mas valeu a pena! Arejei.
E encontrei alguns rostos bonitos…

01/03/2007



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