segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Antecipação

 
 
 
O mar está bravo e eu regresso a terra. 
Venho, voando, amor, numa poesia breve 
E vejo-me, de fora, num poema onde já não sou. 
É o céu e a ria, num só, que me encerra; 
É o poema que teimosamente me escreve, 
Por um trilho que ainda agora mudou. 
 
Estranha vida, que subitamente me dispersa. 
Sim! Aqui estou, aqui vou, ao meu encontro: unidade. 
A simplicidade de ser uno, com tantos zeros por dentro. 
Cada zero é um, a meu ver, feliz, quotidianamente feliz, 
E uma unidade feliz, é uma unidade sem preço. 
 
Ah, gaivotas festivas, que me bafejam a viagem! 
Agradeço o apreço, que é uma luz repentina, 
Onde posso pousar o profundo baralho de sensações, 
As mãos, a retina, mas, não o destino. 
 
Porque, o mar está bravo e está dentro de mim, 
Onde, também, está o regresso, a terra e o voo; 
A poesia, o poema, o céu, a ria, o trilho e o amor. 
 
 
 [miscelânea]
 [29 de novembro de 2021]
 
 
 

4 comentários:

  1. Simplesmente EXCELENTE! Adorei esta Leitura.
    Um abraço 🤗

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  2. Assim temos estado... como gaivotas em terra... esperando que esta tempestade global, amaine...
    Fantástico poema, que como sempre, tão bem reúne, tantas e profundas emoções e poéticas ambiências...
    Beijinhos! Bom fim de semana, fazendo votos de que tudo esteja bem, aí desse lado!
    Ana

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  3. Tão simultaneamente abstrato e concreto; racional e empírico, sentimental.
    Consigo extrair vários sentidos, sensações, sem ficar presa. Não sei se me entendes.
    Sem preço! :)

    Bjks

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  4. Não consegui chegar aqui a tempo do Natal, que espero tenha sido passado da melhor, mas desde já aproveito para te desejar a continuação de Festas Felizes, na companhia dos teus, e que 2022 se mostre incomparavelmente melhor, com saúde e muitas alegrias!
    Tudo de bom! Beijinhos!
    Ana

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