Juras
vãs
O céu ficou carregado de interrogações
E a terra ficou inquieta, mas calada.
Parece não existir uma morada,
Um porto franco sem frustrações.
Abertos os espantos e as confusões,
Abertas as feridas da alma profanada,
Derramada a vontade mortificada,
Fecha-se o coração com rústicos grilhões.
Não vês como as palavras nos abandonam
E as frases, proferidas ou silenciadas,
Nos amotinam, dividem e condicionam?
Há sonoridades que não combinam, usadas;
Dentro do afastamento e abandono, aprisionam,
Dentro do afastamento e abandono, aprisionam,
Como armadilhas ardilosas e descaradas.
Aveiro, 30
de Junho de 2008.