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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

alvorada






vimos o nascer dos dias, várias vezes,
sem palavras, sem nos vermos.
tínhamos ganho a forma introspectiva
e a amizade que nos unia aos horizontes.
os dias já nasciam com despedidas.
eu acreditei no teu corpo impulsivo.
tudo era verdade e verdadeiro,
como o marulho e as construções,
na areia. de todos ficou a memória.





-inicialmente no paralelo [31 de julho de 2014]
o fim do paralelo

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

se olharmos com atenção




é assim o sorriso de certas palavras: consistente. 
um sorriso firme, tão genuíno e contagiante, 
que percorre a noite como um foco de luz; 
que demora na retina e se propaga docemente 
a todos os sentidos, capaz de apaziguar o pesar 
dos dias que escarnecem a existência circundante. 
sorriso com perfumes, com melodias, com sabores, 
com tonalidades, com temperaturas, com formas; 
que abraça segura, lânguida e despudoradamente, 
num arrebatamento manifesto e próximo do infinito.




-inicialmente no paralelo [06 de maio de 2014]

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

argau 12




o presente sai da pipeta.
afasto a estrada para dar passagem
ao caminho que percorre o trilho.
o tempo, espaçadamente, pára,
com hiatos de actividade lenta.
o teu nome é uma eternidade
que se conjuga e desce pelas memórias
povoadas pelas encostas de dias inertes.
hoje, é o dia de voltar a ver o mar
contigo, embora só, e sinto a onda,
que ajudo a sentar e a repousar,
a quebrar mansamente na areia da praia.
é sempre um momento único
ver os teus olhos no pôr-do-sol
e escandalizar, sem intenção,
mas sem embaraço, as gaivotas,
com um abraço, que é o próprio mar.