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terça-feira, 19 de março de 2013

Só para dizer [XXXII]:

  
     Ainda resta alguma coisa, quando isolamos o pouco que já não fruímos do nada e é isso que resta: nada!


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Amor, meu amor, meu Amor


Salvador Dali
Pintura: Salvador Dali - Rosa meditativa 



Amor, meu amor, meu Amor

O meu Amor pode ser um rio, um mar, um oceano;
Pode ser tudo, de tudo e bom,
Magia, arte e dom;
E pode ser, simples, nunca um engano.
Quem serás tu, afinal,
Que, amor, levas o meu Amor como sinal?

Amor, o meu Amor não cai do céu,
Embora possa ser o Sol, a chuva, a neve;
Pode ser pesado e leve;
Não tem perder, ganhar, nem é troféu,
Porque não é um jogo,
E,não sendo o lume, é o próprio fogo.

Meu amor, o meu amor é o nosso,
E nosso, mesmo debaixo do chão ou num claro destroço;
É, também, a água, o ar, a terra;
É pão e fome;
Sacia e consome;
É tudo e está em tudo o que de mais complexo, ou elementar, encerra.
Mas não é conflito,
Ainda que seja um grito.

Meu amor, amor, o meu Amor não é meu, crê.
É a essência que a todos unifica;
Somos nós, mas isso não impõe ou significa
Que o pouco que pouco somos a todos se dê;
Que todos se incluam nesse nosso laço;
Que todos se juntem no nosso beijo e abraço.

O meu Amor, amor, não magoa,
Ainda que na aparência doa,
E, em todo o acaso, olha para cima,
Não quero que ele tombe na estrada,
Porque também anda nas nuvens, ao som de uma balada.
Vai, juntamente, com ele, pelo chão, de mão dada,
Ou voa, numa prosa ou mesmo num verso sem rima;
Não tem preço, amor, o meu Amor,
Ainda que dado e o seja sempre, não esqueças o seu valor.

Amor, meu amor, o Amor, sendo tudo, até zoada,
Preceito, etiqueta ou rodapé,
O que não sabemos, sem ser a abundante imitação sem fé,
Também é, e também contém, grande parte do «nada».


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Só para dizer [XXX]:


     Espero que nunca confundamos o pouco que temos com o «nada», e que saibamos conquistar o «nada» que nos falta daquilo que queremos.


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Compreensível


Simples e despido.
Este é o poema do amor,
O poema que não existe,
Um amor que não é de ninguém.
Onde as palavras ficaram velhas,
Antes da vereda, que nos liberta,
E no qual não se desenvolveu semente.
  
Sem atalhos e sem pretensão,
Este é, também, o poema dos silêncios,
Poema que renuncia à rima
Porque, o silêncio tem mais som
E repete um som igual,
Mais alto e além do verso.
  
O poema vai descalço e descomplicado;
Vazio de expectativas.
Porque este é o poema limpo;
O termo da chapada;
A orla da serrania;
O prazo de validade;
A cercadura da omissão;
E é nada.


sábado, 14 de julho de 2012

Dia de ilusão


Dia de ilusão
ou
No centro de nada



A distribuição ténue.
Carrego a lua
No centro da rua,
Essa lua gasta
Que de tanto se agasta.

Rua sem sentido,
Em lágrimas lavada
E, por lágrimas, pisada.
Lágrimas vertidas
Por gentes sentidas.

O esquecimento delgado,
Delegado que foi o bem-querer,
Relevado para um passado de ser.
Passado que foi à fonte
A caminho do derradeiro monte.

Por trás desse monte se esconde o Sol,
Confiado que foi ao seu destino,
Encoberto por uma nuvem sem tino.
De conjugar o verbo amar, nuvem cansada,
Sem tempo, entoação que ficou no centro da estrada.

Nessa estrada onde o amor se encontra,
Nesse lugar no centro de nada,
Nesse nada que se malfada,
Nesse malfadar que se dispersa,
Nesse dispersar que se conversa.

As mãos, que realmente tocam,
Onde só elas sabem tocar, sem restrição,
São as mãos de um dia de ilusão.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O período, a frequência, a frase e historietas padrão


     O movimento executado por um corpo e o tempo necessário para que se repita novamente. Observo o pêndulo que, fixo, oscila livremente. No inverso, o número de ocorrências do evento no período de tempo. Solto um enunciado com sentido completo, numa só palavra, finalizado por um ponto de exclamação.

     Em sequência, uma etapa inconsequente e, entre beijos muito verdes e narizes-de-cera, o episódio de um grão de areia que, sem vontade e locomoção própria, como qualquer outro grão de areia, sem atritos que detém a parcialidade de metamorfosear o sentido da vida, procurava, sem saber, um refúgio, ainda que fugaz, que o ocultasse das confusões, das fricções, das intrigas, das derivas, dos desentendimentos, dos cobros e dos dejectos das gaivotas.


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Nada


E eu digo aos dois sem trunfo
Ou triunfo,
Saramago e Alegre,
Nem é maneta,
Possuidor, apenas, da mão direita
Nem é canhoto:
O vosso Deus seria destro, se existisse
Afagar-me-ia com as duas mãos
E seria saramago e alegre.

21 de Dezembro de 2011.