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domingo, 25 de dezembro de 2011

Vaga


Depois da ausência forçada,
Senti as forças a crescerem
Em vontades e desejos,
E eram muitas as direcções;
E eram muitos os destinos.
Foi grande a dúvida e a incerteza;
Eram variados os caminhos;
Faltavam as referências e os padrões.
Na baixa velocidade era elevada a expectativa
De um baixo consumo equivalente.
Não vi as garantias,
Não havia manual
E o poder emanava sinais contrários.
Era requerida uma reacção
Que tardava a encontrar uma via.
As portas estavam fechadas
E faltavam os iguais.
As principais funcionalidades falharam;
O armazenamento existente fenecia;
A adaptação tardou e alternava.
Mas estava instalada uma confiança antiga,
Com um empenho apurado.

Um dia partirei, irremediavelmente.
Definitivamente.
Incluído num comprovativo,
Realizado num expediente.
Não restará iniciativa a tomar;
Resposta anunciada;
Oferta enunciada;
Entrevista iniciada;
Anúncio onerado;
Contacto enumerado;
Registo imunizado.
Encontrar-me-ão despido,
Descalço e lavado;
Assinalado com um sorriso de estampa.
Devem-me muita alegria e longa felicidade:
A vossa, para vós e por vós.

29 de Setembro de 2009.

domingo, 13 de novembro de 2011

Como deve ser


Como deve ser


Aterrorizado acordei.
No sobressalto ergui-me, em nudez,
E em redor, receoso, olhei.
Pulei da cama de uma só vez.
Tremo, temo pelo que fantasiei.
Realidade, crueldade, insensatez...:


«Há muitos filhos da luta
A manobrar a verdade,
Plenos de orgulho e vaidade.


Sonho, noutro sonho, com uma República,
(e pode ser uma Monarquia (?!))
Onde quero uma verdadeira democracia.


Uma democracia que prime pela transparência,
Onde os concursos públicos sejam isentos
De “convites” e “cunhas”. Haja decência!
Não gemo por gostar de lamentos,
Não clamo por falta de paciência,
Incrédulo nos decretos, diplomas… Documentos.


Vi-os viver numa luta pela tolerância,
Onde o tempo passa sem glória.
Tratados como perdidos pela demência,
Como parasitas sem memória,
Transportados para a insolvência,
Como um fatalismo da história.


A voz, que não se cala, avisa e denuncia
A imposição de regras obtusas e anacrónicas
Aos servidores do Estado, em mnemónicas.


Não alinho por uma qualquer moda,
Não estou na torrente do contra,
É esta falta que, medonha, me incomoda,
Vejo-a, já fora da protectora montra,
Com os olhos de quem não se acomoda.
Falta uma liberdade que não se encontra.


– “Governo do povo, pelo povo e para o povo”.
Não era um fanático arrojo desvairado,
Mas um grito de oprimido e de angustiado.


Um povo chora com os sintomas de totalitarismo
E de repressão da opinião dos cidadãos.
Uns preocupados a camuflar e em cinismo,
Outros, aos céus, erguem crentes as suas mãos.
Outros, ainda, vivem no nacional clubismo,
Ora unindo, ora separando os irmãos.»


Como tudo isso é simplesmente ridículo,
Fruto de uma mente fechada.
Vou ser feliz, amar e viver a alvorada.


Está tudo como deve ser, sem guerras, sem fomes…
Afinal vivo num mundo lindo e justo,
Onde o terror e a injustiça são inventadas a custo.


Não?!


terça-feira, 25 de outubro de 2011

Uma velharia actual!




Próximo de partir


Voltei à realidade da República,
Desenganado, sem alucinações.
Preso na benignidade pudica,
Repudio a demagogia e contradições
Dos agarrados aos seios desta infeliz.
Não é livre, tratada como meretriz
E não é livre, se não vive as suas paixões.


Estou disponível para te mimar,
Ciente desta pequenez que me anima,
Um pedaço de arrojo que enfrenta o Mar,
Um Mar cavado que nos aproxima.
Compadeço-me com a tua desdita
Que te engrandece, embeleza e arrebita,
Num mar de interesses que contamina.


Eu, sem o polimento dos polidos,
Sem as pretensões dos teus pretensiosos,
Sem ciúmes dos predilectos queridos,
Sinto o mesmo zelo dos teus zelosos.
Acompanho o teu silêncio bondoso,
O teu chamamento discreto e cioso
E os teus encantamentos amorosos.


12 de Setembro de 2007




Uma velharia actual!