As
reticências preenchem um vazio de certezas.
Nem
todas são assim. Estas, contudo,
Vão
mais além, trazem muitas promessas;
Levam,
e exigem, confiança e outras finezas.
São macias e têm o toque do veludo;
São macias e têm o toque do veludo;
São
a massa cómica de muitas pressas;
Medem
a aparência da inevitabilidade
Fútil,
de uma clara falta de disponibilidade.
As
reticências pediram-me, docemente, permissão
Para
instalar o medo que se adivinha;
Para
degradar a velocidade que se avizinha
E
correm para o fim da frase em questão.
Foi
então que as reticências chamaram outras
Reticências.
Formaram um coro de burburinhos
Sem
sentido, enquanto cruzavam cúmplices carinhos.
O
que sobra, para além da compostura da ausência,
São
espaços de pontos imóveis, tácitos e alinhados;
São
os vários implícitos, os contidos e os subentendidos.
Vão
mais longe do que a modéstia e a aparência;
Simulam
o infinito, com limites decretados.
Caracterizam
ilhas de muitos afectos e sentidos,
Quando
não flutuam em marés de istmos concretos;
Cânones
de leis à deriva em querosenes indiscretos.
Os
aclives das interrupções divagam em fantasias bruscas,
Pontinhos
repetidos de ideias latentes.
Encaminham-se
e vagueiam por ideais indiferentes,
Significados
dúbios e aspirações patuscas.