Para trás ficou a areia, onde escrevi uma palavra uma
última vez. Não há purpurinas; não há distorção. O hálito gasto do dia mistura-se
no ar saturado do planeta e no odor da ria. Nas minhas mãos trago o alegre
vazio, que exibo.
Termina um dia que encobre uma noite com absurdos e
alguns disparates, que, prolongados por uma noite, ocultarão, por sua vez, um
dia.
As memórias criam uma existência e uma ambiência e, por
vezes, pairam no ar como um corpo que flutua, num misto de diversão e sofrimento.
As memórias também mentem e há momentos em que aparentam querer mentir deliberadamente.