O lugar, esconso, perdeu o entendimento,
No tédio de um alusivo porquê,
E tomou o verso hesitante,
Que eu queria incorporar no vento
E no mar, sem rotina, sem dimensão,
Com vocábulos sem bocas e sem raízes;
Sem as congeminações dos espectros das juras;
Sem as lamúrias do querer.
Provavelmente, achar-me-ão em demência,
Mas não pode o querer desejar, sem apetecer.
Há um certo quê, de um relativo não sei o quê,
E de aparente inconstância instantânea,
Conquistado por anjos que mergulham
Em sombras de sonhos de frases.
Por isso, enquanto escrevo ajustes de poema,
Deixo espaços para o que não tem palavras,
Como, mas não só, para a melodia que me cinge;
Como para os sentimentos que me erguem.