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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Em lugar nenhum, a última vez


Em algum lugar está unido
Sobre o pó sobra a água
Sobre a chama sobra o gelo
Um ruído ensurdecedor munido
Proveniente de onde içam a frágua
Onde estão reunidos sem selo

Os beijos rolam omitidos
Numa encosta silenciada
Apartada e desconhecida
Com declives cingidos
E vegetação vendada
Com data-limite vencida

Não há ar suficiente para albergar o enredo
Há fôlego para outro beijo
E aquele conhecedor medo

Sobre a cama sobra a promessa
Sobre os corpos sobra o descanso
E neles satisfação impressa


quinta-feira, 1 de março de 2012

Acesso a um outro quase-nada


     Incompleto. De porta entreaberta, detenho-me na soleira e afasto, para prosseguir, alguns disparates que vem saudar-me e felicitar-me, juntamente com os mortos, por entre a total e copiosa ausência de som, para onde e para quem se dirigem afectos legítimos e ruidosos que me acompanham. Distinta pedreira. Velha pedreira. Outra pedreira, onde sonhos planeiam unicamente desertos complexos, que fluentes e espontâneos sociabilizam com o estafeta electrónico desligado.

     Mimo o tapete. Acarinho e dessalgo o âmago, abano a alma e entro, sem dados. Deixo que o frio de fora se misture com o frio de dentro, que as ilusões que entram se cruzem com as ilusões de dentro, por um instante, antes de fechar o presente e a porta à chave.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Entrada 250

Entrada 250
ou

Sem-fim

E num dia perene e inovador,
Com a Lua enjeitada e Inferno brindado,
Sem medo e de sorriso em riste,
Recuperei a casualidade do amor;
Sem rede, sem arnês, desabrigado,
Demarquei o «acontecer» e sorriste!
Enquanto o sonho pretende,
Reconstruo a margem que fende.

Com uma margem, a Lua e o Inferno
Sob protesto, deixo de protestar,
Rumo ao desconhecido.
Já não é conjecturável;
Já não é orientador.
E consigo retribuir.

27 de Dezembro de 2011