Faltam quatro dias para o Natal e amam-se, simplesmente, 
no azul do céu, sobre continentes e oceanos. Vivem num 
pôr-do-sol onde resistem, ou adquiriram a ilusão de
resistir, 
a custo, à alegria das recordações. E sabem que o inverno 
possui desertos difíceis de transitar e que as suas distâncias 
aumentam e diminuem nesses desertos. Alcançam-se repetida 
e intimamente e compreendem tudo quando se entreolham 
nos olhos, quando sentem na carne os sonhos onde na
realidade 
existem e quando os medos das palavras se recreiam na
preia-mar. 
Amam-se mais do que tudo e permitem-nos observar esse
amor, 
o que poderemos fazer de longe, se soubermos interpretar 
os seus corpos estelares e as sua formas prolixas de
florir. 
 [massivo]
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