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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Silêncio


Da nascente jorram 
Jorram gotas transparentes 
Transparentes palavras prometidas 
Prometidas palavras novas 
Novas palavras noivam 
Noivam e entre nós se instalam 
Instalam e por intervalos circulam 
Circulam e por nós passam 
Passam e lavam o silêncio 
Silêncio que ninguém ouve 
Ouve para além de ti 

As gotas unem-se 
Unem-se e formam um fio de água 
Água de qualquer uma 
Uma que a todos pertence 
Pertence e sem propriedade e fim 
Fim que se aquece e não esquece 
Esquece as palavras que regressaram 
Regressaram os afectos dedicados 
Dedicados e tácitos sem tumultos 
Tumultos que crescem sem afronta 
Afronta as opções com todo o amor 

Agora que quebrei palavras 
Palavras com que quebrei a fala 
Fala para dizer como e embora 
Embora ame estou só 


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Oriente desligado


Durante o tempo em que um consagrado descose
Uma nova de admiração em tom de homilia
Numa crisopeia comovente tocante
Lançam o sinuoso decurso de uma epopta
Equiparada ao eviterno partejo
Correm devires acres dos corros
Na procura da deriva do aconchego
Da sensibilidade do marear
Da vulnerabilidade da permanência
Da amenidade das linhas de ternura
E da paragem radiante de um cais

Sargaços por hélices centrifugados
Giraram e bradaram por sargaços de quietude
Nadam inesquecíveis enguias sem sabor
Que pedem excitação e lugares incomuns
Lugares que se esgotam no que não dás
E o que não dás é o que requeres paralelo
Quando o meu céu se estende como um dossel
Que simplesmente não quer testemunhar