Mostrar mensagens com a etiqueta chuva. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta chuva. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Chuva mole


Vem juntar-te ao remanso da chuva serena,
Ininterrupta, e à quietude aberta da noite
Negra. Anda, encurta a extensão da nossa inexistência
E persevera o infinito que todos os pontos une.
Observa o corro de noctívagos seres alados indiferentes
Aos intentos dos ambientes de todo o círculo.

Assoma-te dos amenos trejeitos de solos
Encharcados, com sinais de aridez impressos
Em flora sem viço mas tenaz.

Mais do que um desvio, aparece,
Brandos modos crescem no elo da água onde
Repousa o gemido da atmosfera branda.
Contempla os indícios de um afecto ideado
Pelo frio pleno de um inverno que se avizinha
E se faz anunciar no absoluto do nosso seio.

04 de Novembro de 2011

domingo, 23 de outubro de 2011

Só para dizer [XI]:


     Testemunho accionado! A chuva brinda a noite com uma escuridão que vai além da falta de estrelas e luar; arrasta um propósito inseparável e agrega um édito de sobrevivência, há muito esperado.



sexta-feira, 18 de março de 2011

Um homem na chuva


Um homem na chuva

Sentado para lamentar só para si e só também.
Perdido, sem saber para onde se voltar, voltou.
Agora olha sem ver a distância de onde olhou,
Para o impenetrável e amado coração de alguém.

Alienado e inseguro, chamam-no e ele logo vem,
Pronto para dar, quando mais um se negou.
Nada pediu em troca e, sem querer, a tudo trocou.
Para onde vai sem rumo e o que lhe convém?

Não vai descalço, nem roto, nem sujo. Vai.
Está e anda sozinho no meio da chuva fria,
Tão constante, tão pesada e enérgica que cai.

Adeus diz para quem passa sem um "ai".
Na esperança tão sua, de voltar talvez um dia,
A erguer a cabeça e os olhos e ver o pai.

Esgueira, 29 de Agosto de 2001.