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sexta-feira, 7 de junho de 2013

porque, agora, vais comigo para todo o lado


aurorar

o cansaço possui um corpo estreito
e o corpo um encantador cansaço
com o mar eu falo a peito
que ele beijar te possa sem embaraço
da adoração a adorada e afinidade
amo-te num sonho dilema
do meu abraço o abraço
a verdade ficcionada em verdade
és do meu poema o poema



na impossibilidade de ser de outro jeito



um cuidado é um jeito
assim como um modo é um jeito
uma disposição, a lesão, a habilidade, são jeito
o movimento, aptidão, são, também, um jeito
a volta, o arranjo, o gesto, a forma… é jeito

eu me ajeito
bem a jeito
para o teu jeito
em jeito 
sem ser jeito

sem jeito
que não é jeito
mas do meu jeito
de estar a jeito
de ser a jeito
quero ter jeito
ser jeito
ao teu jeito
e dar jeito

para além da minha falta de jeito
quero tocar-te a jeito
tocar o teu jeito
trocar o jeito
com jeito
sem fazer jeito
dou um jeito
ao jeito de quem tem jeito

sem descobrir o jeito
procuro o teu jeito
anseio o teu jeito
mas vou dar um jeito
a este meu jeito
e à ausência de jeito

brinco com o jeito
brinco com jeito
quero gozar a jeito
sem gozar o jeito
gozar, sem defeito, do seu jeito
não é a satirização do jeito
é o gozo do nosso jeito

com tanto jeito
não quero perder o jeito
com todo o jeito
me despeço sem jeito
sabes que é para ti o jeito
reconheces em ti o jeito
o gozo do jeito
e que todo o meu jeito
de qualquer jeito
será, agora, o meu único jeito
de ser sempre teu jeito
  

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Por mim


Vagueira, praia

Vem do sonho da poesia,
O homem já crescido.
Consigo trás a criança, que é,
O caminho e a fantasia
De desejar ser amado e ouvido,
Muito além da distância e da fé.

Trás o toque de pele e a ponte,
Um arco-íris colossal inventado;
O aroma de um corpo e o trilho,
Apenas um presente e uma fonte;
A carência e o beijo arrebatado,
Um abraço vazio e um trocadilho.



quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Também


Fica, por um momento.
Os sinos tocam a rebate,
Entoam a história
Que se perde num relento
Que te debate
Nos confins da memória,
Em métricas de outras estações,
Pintadas com cores de aluviões.

São as ave-marias
E a porta que não se abriu,
No lugar onde o beijo repousa.
São as minhas mãos frias
E a chama que não se uniu
Onde a vontade pousa
Na filosofia que ficou no forno
E o abraço é um retorno.


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

E agora


Estou.
Nada envolve onde nada tem valor,
Um momento oportuno é tudo na vida.
As promessas jorram alergia;
As palavras implodem antes de criar frases,
Muito antes de produzir sentido,
Em tempos que são mais do que prosa
E, seriamente, menos do que poesia.
Um verso podou a alma,
Sem retrocesso,
Para reescrever o que não pode ser reescrito,
Numa estrofe de barro, ervas daninhas, durante
E um novo fim.
Hoje não existiu princípio,
Embora possa ter ocupado o pensamento.
Abraça-me, sem ardil, ria!
Sorrio sem dolo.
Divirtam-se!


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Concerto sem dó


Ainda vive
E, no mesmo dia,
Vem para o mesmo exílio,
No firmamento que se funde
E onde se resguardam os medos,
Que de velhos e distante se observam
Tão novos e próximos de uma nova época de estio.

De uma oportunidade indeterminável e célere,
Resistente, resiliente, de natureza pertinaz,
A última força de espontaneidade fixa,
No peito que declara sem acordo,
Ameaça desejar sem rédea,
Ambiciona alcançar,
Ainda existe.

Expor um suspiro que geme;
Evidenciar um abraço que une;
Despir um beijo que pretende,
Num sono que não dorme.


segunda-feira, 21 de maio de 2012

De braços num abraço desejado


Há batéis que transportam as marolas
No local onde nascem os desejos,
Por entre salvas e festejos,
Enquanto o meu peito cede, sem esmolas,
Onde se ordenam as vontades,
No centro de todas as realidades.

A escolha e o querer que remam para o mesmo lado,
E a possibilidade e a licença em sentido contrário,
Onde se desenha um círculo cerrado.

Um anseio de descobrir, que aspira ser descoberto,
Cresce nas determinações de sonhos,
Num tão remoto que se reconhece tão de perto.


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Envolver com os braços


Repara:
Acumulam-se dias,
Revogam vidas,
Plagiam crises.
Enquanto se fecha o olho-d'água,
Que alimenta a pequena vala foreira,
Que conduz a água para o açude
E que fazia mover a roda da azenha,
Uma construção decadente.

Deixa que os meus dedos se afirmem
Na pele do teu rosto
E te arrebatem no arrepio do pescoço
Que se estende até aos ombros.
Dá-me a tua mão,
O silêncio protege os nossos sons
Em ebulição latente
E embala o afago assimilado.

Sim,
Vê os olhos
De um folhetim sem fio;
Observa como o tempo parte as leituras
Que rejeitam escolhas livres no seu destino,
O deitar no confim de um frio.
Protejo-te com o meu abraço.
Contempla o pôr-do-sol no horizonte,
O futuro, e vive a primeira brisa,
Sem pressa.


segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Abraça-me


Abraça-me,
Quero sentir o teu afago;
Quero ter-te comigo;
Quero ser o teu conforto.
Abraça-me!

Abraça-me,
Dá-me um pouco do teu calor;
Dá-me a ternura de quem ama.
Abraça-me!

Se o teu abraço for de amigo,
Que seja um porto de abrigo;
Um porto franco;
Um porto de salvamento.
Abraça-me,
Abraça-me!