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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Neste lugar sem data


Demoro-me secretamente no que não existe
Nada há a perder ou a ganhar
O amor deixa de o ser e agora é
Nas palavras que podem sonhar
E silêncios feitos de essências discretas
Como fortalezas de bruma
Direitos que decretam direitos
Que consentem devaneios
Em artigos de liberdade
Como mensageiros de polissemia

Primeiro pensei era um pesadelo
Crente num sentimento sem alma
Bonito e corajoso por fora
Decrépito e senil por dentro
Mas depois esmaguei-me na realidade
De uma afirmação inconfidente
Que deixa uma sílaba
E vejo os seixos nos meus olhos
A darem-me um caminho
Que nem próximo me vê

Agora é mais fácil saber onde começar
Todos os erros me fizeram crescer
Eu sou apenas um homem que sempre foi
Com um punhado de palavras
De um natural ambíguo
Que se libertaram da pontuação
Num gesto animal de fadiga
E ficarão assim para a eternidade
Vocábulos de múltiplas identidades
Sensações e sentimentos imperfeitos
Em pontos que estimulam o lapso
Com gemidos de bem-estar e prazer

Eu espero veladamente sem ti
Estou em abraços com poemas
Um saber e calar pausadamente
Capturado num sonho que é real
E é uma visão e conceito e som e gosto e tacto
É uma permanente metáfora
É um universo em recriação
É um disparate de sentidos
Mas não é posse
Vive e convive na minha alma
Dá-me esperança
Descansa e por cá fica


sexta-feira, 20 de abril de 2012

Algo importante


Sinto que do ar faço parte
E consigo tocar-te as mãos,
Os ombros,
O rosto
E faço parte de um abraço de modo,
Solto e desocupado.

Enquanto uns querem que eu finja
E outros estão ávidos por mentiras,
Eu parto,
Fixo-me fundo no teu âmago
E deixo um pouco de mim,
Por cada regresso,
Não sei bem onde mas,
Já não estou completo;
Ou talvez me faltes.


domingo, 29 de janeiro de 2012

E hoje… (XXIV)



     …Anúncios de um cortejo, tardio, de reis, este ano, magros.

     Nova volta! A comitiva dos anjos-do-mar.

     Conforme a dedução e os primitivos indícios, a confirmação final dos personagens com vários rostos e vários papéis, onde se encontram, também, figuras isoladas, de um só semblante e sem saber como foram arrolados e associados à trupe.

     Perda! A cilada dos saneamentos sem grelha ou tampa, na via pública. Assim como a astúcia das sentenças mansas e astutas.

     Surpresas! A minha vida é uma surpresa constante. O dócil sonho e um contributo da marulhada. Quem ama cuida o objecto do seu amor, não o afugenta.

     A crença! Eu quero; bem-quero; desejo; creio; prezo.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

E hoje… (XXIII)


     ... O abatimento, a sensação angustiante de impotência de quem tudo pôde e não alcança. A intransponibilidade de alguns reparos. A margem, inóspita e dotada de inópia ou de consciência marginal. O longo e não rectilíneo sentido único e a paragem obrigatória no final.

     Descanso! Surpresas agradáveis e sorriso aberto, desarmado e sem investida.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Ilustração associada


     Por vezes, as gaivotas adoptam um porte de silêncio e de quase imobilidade, que adaptam aos meus sentidos e à sua natural curiosidade, perante a minha natural intrusão, para manifestar e significar termos de doutrinas ancestrais, tácitas, que expõem e descarnam sem enunciar. Aparentam alimentar intimidade e cumplicidade comigo, numa relação de cautelas, avanços e recuos, e uma total inutilidade perante a força dos elementos, violentados e compelidos por intensivas práticas humanas e caprichos próprios e antigos.

     Da noite anterior ficou o travo da sofisticação e requinte da sociedade engalanada. De toilette a traje, de gala dotada de alarde; de eau de toilette a água de toucador, essências para municiar…

     Clap! Clap! Clap!

     Aplausos! Anuências, risos, sorrisos e trejeitos de circunstância. Uma nova aranha, nova, tece a sua teia sobre um rosto, por caridade. Rosto improvisado e inexacto; teia a transportar como um véu; caridade descartável. A face da teia da compaixão. Urdir.

     O crepitar da lenha de pinho na lareira mistura-se com o estralejar dos sentidos que reúnem, agrupam e caracterizam, uma vez mais, as sensações já várias vezes analisadas, impregnadas de vida, instruções e orientações, por vezes, imprecisas. Agradeço o calor que me cinge e retempera.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Breviário [XIII]



     Por vezes, tentar mais uma vez pode ser demais! Não estou a reconhecer a música pela letra da canção… Olho para as dificuldades e problemas nacionais e sinto-me uma coisa tão pequenina. É possível que ande distraído, tive uma sensação. Viver, é urgente!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Hoje... (II)
























   
     ... É um daqueles dias estranhos em que tenho a sensação aflitiva de quem corre e não consegue sair do lugar.