Arrebatamento segundo
a ria
Hoje, olhas para o
canal e não vês a razão,
Sentes, de coração
acelerado, um amor tão forte!
Ontem, não fingias
quando refutavas a sua existência.
O que sentirás não possui
descrição,
É inexistente e sem garantias,
nem puramente sorte;
Nem antecipações de
qualquer urgência.
Transportas, sem
contestar a necessidade e o fundamento,
Afectos sem
denominações, sem legendas.
Anuis em sabedorias
desconhecidas e intangíveis.
Aprovas e abençoas
apenas pelo prazer e contentamento.
A alegria vive-se sem
rasuras ou emendas
E alcança as coisas
impossíveis.
Aveiro, 26 de Outubro de 2011