quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Insónia e bulício


Há mais de quatro luas que não durmo bem.
Como posso eu dormir descansado se o coração não repousa?
Bate louco como se corresse perigo, eu ou alguém.

Jaz em mim a vontade de correr e fugir mundo fora.
Estou só, tão tristemente só e só triste.
Onde estás alegria? Vida de paz porque partiste?
Ai vontade e força… foram, sem pena, embora.

Erguer a cabeça e respirar fundo. É inútil a preocupação.
Já fiquei assim outras vezes e nada consegui resolver.
O que for será. Nunca descobrirei antes e em razão.

Nunca conseguirei perceber estes estados de ser deprimido,
Repletos de angústia e de premunições. Ora vão, ora vem.
Não se fazem anunciados. São de todos e são de ninguém.
São a loucura próxima de um estranho e completo perdido.

Os demónios de um futuro? Para o abismo com tudo isto.
Alegria, liberdade revigorante, são a paz, o tónico para a manhã.
Seja como for, é para a vida e pela vida que eu existo.
    
6, 7, 18 e 19 de Dezembro de 2006
  

Não renego a felicidade


Quando partes para esse teu mundo de fantasia
Esperas que eu fique aqui e aguarde tranquilo,
Esperas que eu trabalhe e faça isto e aquilo.
Despedes-te com um sorriso e uma qualquer ironia.

O teu olhar é cruel, gélido, e cega a minha alegria.

Refugio-me no silêncio e pensas ser tu a urdi-lo.
As horas passam e passam os dias e nós nesse silo,
Presos nessa violência invisível, na raiva da tua tirania.

Quando voltares dessa tua viagem alucinada

Esperas que eu esteja aqui de braços abertos,
Esperas que te abrace e não te diga nada.

Agrides-me e tens os meus carinhos por certos.

Eu estou cansado da vida escusa e amargurada,
Os meus sentidos doridos estão despertos.

Segunda-feira, 18 de Dezembro de 2006.