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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Paulatinamente


Cedo, desobrigado, e desço a rua,
Acompanha-me uma sombra tua,
Desejo corresponder aos teus sorrisos
E cair no paradoxo de querer estar só e contigo.

Cedo, desobrigado, e desço a rua,
Com um pedaço generoso da Lua.
Pretendo capitular aos factos concretos,
Com benquerença e eximido.

Cedo, desobrigado, e desço a rua,
Segue-me uma bênção imune e crua
E antes do virar da esquina de Marte
Descanso junto à Ria, na tua memória.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Revelar e não confundir «ser» com «ter»


Posso oferecer-te palavras, que não são minhas, são
De todos e nem todos as querem. Palavras, pinto,
Com elas, palácios e arvoredos, mesmo os que não sinto;
Destravo um agravo e com ele o regozijo da cessação.

Como queimam no Astro-rei, onde cintilam e brotam, de papelão,
Em frases plásticas ou herméticas; fáceis ou comuns. Extinto
O fogo, ou levadas pelo vento, perco-me no realce em labirinto,
Menos do que na estrada efémera da realidade em construção.

Deixo, unicamente, os sentimentos, os afectos. Contudo,
Lavo o espírito, que não finto, em tisanas de humildade.
Ai, sorte, sina, acaso ou bênção, que não tenho e não iludo.

Aludo! O peso das palavras tem várias medidas. Desigualdade
No texto exacto, onde sou grato, e posso ficar, apenas: Mudo!
Todo eu sou minudência, que se expande, resguarda e evade.