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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Cabo solto



Consigo alcançar o rio
Que une pelo esquecimento,
Nesta margem de alegoria.
Com ponte, ou sem ponte, o brio,
Os ventos de um metamorfismo de agradecimento
E os esboços de ria,
Sem autoria.

Na linha íntegra de um horizonte
De rama de amor e quietude,
Que deixa a monte
Um istmo de encantamento e solicitude,
Fia o desejo expresso
De uma determinação de regresso,
Sem lei, mas com atitude.

A prorrogativa de prezar sem prazo
O despojo de uma resolução de termo certo
E o azul de um céu aberto.


sábado, 3 de dezembro de 2011

Tempo emprestado


Pedi algum tempo emprestado;
Pedi desculpa, para não voltar a pedir.
Transformei os afectos num menir
E comecei o que agora dou por terminado.

Por muitas e boas intenções fui carregado
E, quando perdido me encontrei,
Não soube emendar o que desbaratei.
Não perderam a oportunidade de me deixar assinalado.

Com essa marca de um fogo alheio
Atravesso as linhas tortas que adoptei;
Trespasso o vazio preenchido
Pela desgraça de tudo quanto é feio.
Não sei quantas felicidades pulei.
Contrito, sou parte e um alter-ego dividido.

Não consigo devolver os instantes despendidos;
Não consigo reaver as desculpas das culpas
Que não existiram, nem os seus sentidos.

Os espelhos eram realidades invertidas;
Vaidades intolerantes de desinformação;
Medidas imprecisas de devaneios.
Os reflexos eram brilhos de luzes pervertidas
Em vórtices de demente excitação,
Logro de um prazer espinhoso e de arreios.

Fadado, de fado em fado,
Num fado que não é meu,
Sigo arqueado sem crença;
Sigo longe do agrado;
Sigo uma vontade que se esqueceu;
Sigo uma absolvição da sentença.

Do outro lado do rio sem vida,
Belo, silencioso, paciente,
Encontra-se o meu estranho barqueiro,
O da remada precisa e decidida.
Folgo em vê-lo sorridente
Mas hoje não vou ser o seu passageiro.