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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O que queria notar




A ilusão fundamental e difusa
Revelada predilecção dos olhares
Das gaivotas dos colares
Confidentes da descoberta inclusa
Na iminente criação de uma musa
Desprendi termos elementares
De temperamento atento e sem esgares
Retidos pela doutrina de uma eclusa
A invenção do amor instruído
Do poeta lunar pintado por um dia
O abismo do interior da ria
No limiar do vazio instituído
A colecção de silêncios da poesia


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Na realidade


Na realidade, nem de longe sou um poeta
E é essa mesma realidade que me chama, sem filosofia,
Que me desperta, em justiça,
E me mostra, cegamente,
Com uma seta de lei em fundo de seda,
O caminho que está além
E que eu sei que existe, mas não se vê.
Sou um louco espontâneo e sem escolha,
Por pura eleição,
E não recuso ser o protagonista da minha história,
Igualmente louca, que escrevo todos os dias
Sem que estes me pertençam,
Mesmo enquanto vagueio pela cidade,
Mesmo de baixo de chuva.
Vivo alucinado
Num esboço reservado,
Amante da vida e da liberdade,
Da ria e da sua excentricidade.
Estou sempre tão perto,
E é certo,
Sou quase, constantemente;
Provável, permanentemente
E nem é essa a questão,
Ainda que se uniformize a normalização.
Dispenso o público, a assistência,
Desvairado e sem paciência,
Pereceria sem o afecto da loucura
E isento a vida, da qual sou militante.
Não sei onde me fiz, fui-me fazendo,
Num gerúndio que abomino.
Sou frequentemente infrequente.



domingo, 26 de agosto de 2012

Breviário [XXIX]



     O que somos, nos expõe e define, na realidade, é a nossa actuação quando julgamos estar absolutamente sós e julgamos que absolutamente ninguém (e por vezes nem mesmo nós) nos está a ver.