A maré, que me
transporta, afasta-me e não pretende que eu exponha e conte,
Ao mar gregário, o
abismo que vejo na sua constante exaltação;
A vontade de unir as
margens, que sinto, sem prepotência ou sufocação.
Simplesmente, segue-me
um rio de risos de estranhas estimas de amigo a monte.
Se sou, indevidamente,
pisado, tento não deixar de ser ponte,
Porque a vida tem
desses reveses que, por vezes, nos toldam a razão.
Pode a palavra mole em
cabeça dura não produzir uma solução
E já o acaso há-de
cantar de galo por um qualquer raiar de dia, no horizonte.
Parte, vagaroso, um
aparte, sem partir, para qualquer parte,
O seu destino,
concreto, é um lugar e não uma inevitável circunstância.
Essa onda enorme é,
apenas, uma vaga estéril, indelicada e sem arte.
Entre dois avilteis
germina um espaço, uma expectativa, uma infância;
Há uma alegria e um
suspiro, para que a esperança não se descarte.
A felicidade está
presente entre os escolhos de um ombro sem importância.
21 de Setembro de
2009.