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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Quietude


     Pejam-me sentimentos com sinais sem termos, sem divisas, sem lemas, sem prazos. Imagens completamente desprotegidas e desveladas. Testemunhos inexpressáveis, inexplicáveis e, contudo, presentes, que são arrumados, num acto de desprendimento. Hoje, não!

     Rodeiam-me as palavras aromadas, que dispo, e as que circulam e alternam com os silêncios e circunstâncias formais. Visto o aconchego que retiro dos sossegos previamente aquecidos e afago-me com a serenidade do recolhimento.

     Guardo a vontade de escrever versos que apenas rimem com pão e esqueço uma pátria de exilados sentimentais. Colho a vontade de descansar, encolho a necessidade premente, reduzo a existência e o dia à sua dimensão e não peço indulto por não ser imenso.