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terça-feira, 6 de agosto de 2013

quem a não tem





há vida por aqui
e a vida circula por aí
o rumo pare passados e lembranças
há uma vespa em cima do ponto final
e eu estou no remate de uma frase envolvente
a agra ingressa na equação simples
o sol brilha por entre a rama de sonhos
pairam pedaços de poesia permeável
em sombras hesitantes de momentos decididos
no balanço da coragem de braços subjugados
pelo arbítrio indivisível da serenidade livre
contrários ao sentimento e aos sonhos acolhidos
na cidade perene e dormente
indiferente aos drenos da inexistência



terça-feira, 9 de julho de 2013

Esta é uma inteira verdade




Quero certificar que, como pequeno pombo, extraordinário,
Sem pudor, penas ou mágoa,
Fui lançar as minhas penas soltas à água,
Mesmo ao lado da lomba do meu espaço sanitário,
Um alto insignificante, formado por palavras minhas e extenuadas,
Que amontoo para, assim, terem préstimo e serem usadas.
Esse é o manancial do meu prontuário
E o lugar de regresso do meu rimário,
Sem pesar ou amargura,
Sem destino ou destinatário.



sábado, 21 de julho de 2012

Ambiente


Da janela vem um foco de luz,
Sem embargo,
Que deixa antever uma suspensão de pó,
Sem destino.
Os meus olhos procuram seguir o bailado,
Sem dançar,
E o pensamento permanece absorto e distante.
Sem cabimento,
A minha corrente, esticada, prende-me,
Sem alternativa.
As horas sucedem-se e eu com elas,
Sem julgar,
Num acto contínuo, que continuo,
Sem saber.
Fico obrigado a permanecer neste abrigo,
Sem ti.

Da janela vem um foco de luz,
Que deixa antever uma suspensão de pó,
Os meus olhos procuram seguir o bailado,
E o pensamento permanece absorto e distante.
A minha corrente, esticada, prende-me,
As horas sucedem-se e eu com elas,
Num acto contínuo, que continuo,
Fico obrigado a permanecer neste abrigo,

Sem embargo,
Sem destino.
Sem dançar,
Sem cabimento,
Sem alternativa.
Sem julgar,
Sem saber.
Sem ti.


sábado, 14 de julho de 2012

Dia de ilusão


Dia de ilusão
ou
No centro de nada



A distribuição ténue.
Carrego a lua
No centro da rua,
Essa lua gasta
Que de tanto se agasta.

Rua sem sentido,
Em lágrimas lavada
E, por lágrimas, pisada.
Lágrimas vertidas
Por gentes sentidas.

O esquecimento delgado,
Delegado que foi o bem-querer,
Relevado para um passado de ser.
Passado que foi à fonte
A caminho do derradeiro monte.

Por trás desse monte se esconde o Sol,
Confiado que foi ao seu destino,
Encoberto por uma nuvem sem tino.
De conjugar o verbo amar, nuvem cansada,
Sem tempo, entoação que ficou no centro da estrada.

Nessa estrada onde o amor se encontra,
Nesse lugar no centro de nada,
Nesse nada que se malfada,
Nesse malfadar que se dispersa,
Nesse dispersar que se conversa.

As mãos, que realmente tocam,
Onde só elas sabem tocar, sem restrição,
São as mãos de um dia de ilusão.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Em lugar nenhum, a última vez


Em algum lugar está unido
Sobre o pó sobra a água
Sobre a chama sobra o gelo
Um ruído ensurdecedor munido
Proveniente de onde içam a frágua
Onde estão reunidos sem selo

Os beijos rolam omitidos
Numa encosta silenciada
Apartada e desconhecida
Com declives cingidos
E vegetação vendada
Com data-limite vencida

Não há ar suficiente para albergar o enredo
Há fôlego para outro beijo
E aquele conhecedor medo

Sobre a cama sobra a promessa
Sobre os corpos sobra o descanso
E neles satisfação impressa


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Só para dizer [XXI]:


     Visagens!?

     Retiro-lhe o peso e risco a dimensão da incoerência e da insipiência. Isento e alivio a maçada imperativa das crónicas divisíveis, com sorrisos permanentes e tranquilos. Partilho as feições manifestas e as ocultas, com clareza, honestidade e sem soberba.

     Não me falta projecto, falta-te o princípio.