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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Soltas à solta


     Notas soltas… Pontas soltas… O conhecimento de um dia sem arbítrio, sem termo, na ciência da memoração; num lapso que se repete, repisa e rediz. A concepção do tempo e da sua duração frustrasse, dissipasse, extinguisse, em mim, e regressam, uma e outra vez, as distâncias, os intervalos, os hiatos, ligados por velhas, e já assinaladas, pontes elásticas sobre linhas de água sem paralelo.

     Quero a serra e o mar. Talvez devesse viver numa ilha, mas como pode uma ilha viver em outra ilha?

sábado, 7 de janeiro de 2012

Serra


Num presságio de tempo, os cúmulos distintos, tingidos
Pelo resquício luminoso de cor púrpura, irradiado
Por um Sol já ausente, exageram o espectro derrotado
E arremeto para de novo retroceder sobre a colina dos vencidos.

Augura, num murmúrio, um conjunto de rochas de sentidos,
Que não me recorda, e espalha alguma glória no vento irado,
Frio, que me instiga, e acaricia as pedras parideiras do lado.
Insurrectas e zombeteiras, espalham amores de mouros perdidos.

Numa medida esquecida, a apoteose dos relevos naturais,
Embora profanados pelas reentrâncias inscritas,
Designam e chamam trilhos de outras naturezas e de outras desditas.

Apontam-me, na partida, listelos de exilados dos natais
Que no seio do céu escuro tentam encontrar instruções teatrais.
Adivinha-se o rocio. A cascata sussurra que já não quer mais visitas.