…Acordei, voluntariamente, desinteressado e pleno de vontade, minutos
antes do toque programado do rádio-despertador, com o sentimento e a convicção
de que era sábado. Um sábado, apenas, sem motivo especial, sem compromissos. Um
dia de descanso. Sábado. Envolto nessa crença e em conforto, permaneci deitado,
agasalhado e sossegado.
O toque de despertar difundiu uma melodia, ao critério da estação de
rádio, e umas palavras do locutor, que não procurei entender. Pensei, apenas,
que teria desactivado, no aparelho e inadvertidamente, a função de controlo de
fim-de-semana. Nada de novo. Contudo, um eco de “quarta-feira” repôs a
realidade.
Assisti ao romper
da aurora, ao nascer do Sol e do dia.
Desse ponto, vi
estradas, caminhos, carreiros e atalhos;
Observei o corrupio
de vida, por entre neblinas e orvalhos,
Desligado de
preconceitos e de definições de morfologia.
Consegui aí chegar
e soube sair daquele lugar sem utopia;
Não inquiri o
fundamento dos pinheiros ou dos carvalhos.
Só, por vontade
própria, com sentimentos por agasalhos
E a bondade e
consideração de um acaso de meteorologia.
Pensei na desnecessidade de medidas de tempo minuciosas na natureza.
Felizmente há aranhas que conquistam tranquilidade, satisfação, ou
simplesmente indiferença, na carência ou na abundância, enquanto outras tecem
inveja, ressentimento e ganância.
Esperam-me amigos,
todos reais, genuínos.
Não sei se
conheceremos, verdadeiramente, alguém;
Não me importa que
não me conheça inteiramente, também;
Não me preocupam
quantos “eus” ou quantos destinos;
Não me tumultuam as
protecções de grandes ou pequeninos.
Não invento
simpatizantes ou seguidores de entretém.
Numa iteração, luz verde, no propositado semáforo verde. Logrei
avançar e preencher a rotunda de vários destinos, de várias fatalidades e
sortes, com um rumo traçado e desejado.
De regresso vi o pôr-do-sol, imóvel. Preenchi vários vazios durante
o seu tempo de vida e abri outros, que unirei mais à frente.