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sábado, 8 de fevereiro de 2014

a alvorada é um apeadeiro


teia



as manhãs são sempre um desafio
juntar as minhas partes dispersas
mesmo quando uma parte de mim adormece
e outra parte de mim fica dentro da vida

há partes que viajam estupidamente
numa sublimação incessante e insana
partes que partem sem nunca terem feito parte
e todas regressam desconjuntas para a fusão

a confusão matinal que é ser reconstruído
com todas as cores e sons de uma utopia
e os olhos não sabem porque não vêem

as enchentes de cambiantes de verde e azul
na matéria do túnel que se transforma lentamente
os instantes em que felizes fomos eternos




quarta-feira, 23 de novembro de 2011

E hoje… (XVI)


     …Acordei, voluntariamente, desinteressado e pleno de vontade, minutos antes do toque programado do rádio-despertador, com o sentimento e a convicção de que era sábado. Um sábado, apenas, sem motivo especial, sem compromissos. Um dia de descanso. Sábado. Envolto nessa crença e em conforto, permaneci deitado, agasalhado e sossegado.

     O toque de despertar difundiu uma melodia, ao critério da estação de rádio, e umas palavras do locutor, que não procurei entender. Pensei, apenas, que teria desactivado, no aparelho e inadvertidamente, a função de controlo de fim-de-semana. Nada de novo. Contudo, um eco de “quarta-feira” repôs a realidade.

       Assisti ao romper da aurora, ao nascer do Sol e do dia.
       Desse ponto, vi estradas, caminhos, carreiros e atalhos;
       Observei o corrupio de vida, por entre neblinas e orvalhos,
       Desligado de preconceitos e de definições de morfologia.
       Consegui aí chegar e soube sair daquele lugar sem utopia;
       Não inquiri o fundamento dos pinheiros ou dos carvalhos.
       Só, por vontade própria, com sentimentos por agasalhos
       E a bondade e consideração de um acaso de meteorologia.

     Pensei na desnecessidade de medidas de tempo minuciosas na natureza.

     Felizmente há aranhas que conquistam tranquilidade, satisfação, ou simplesmente indiferença, na carência ou na abundância, enquanto outras tecem inveja, ressentimento e ganância.

       Esperam-me amigos, todos reais, genuínos.
       Não sei se conheceremos, verdadeiramente, alguém;
       Não me importa que não me conheça inteiramente, também;
       Não me preocupam quantos “eus” ou quantos destinos;
       Não me tumultuam as protecções de grandes ou pequeninos.
       Não invento simpatizantes ou seguidores de entretém.

     Numa iteração, luz verde, no propositado semáforo verde. Logrei avançar e preencher a rotunda de vários destinos, de várias fatalidades e sortes, com um rumo traçado e desejado.

     De regresso vi o pôr-do-sol, imóvel. Preenchi vários vazios durante o seu tempo de vida e abri outros, que unirei mais à frente.


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Breviário [XII]


     Ao entrar, vi que a aranha tinha urdido e fixado a teia de um segundo sentido ardiloso. Entendi a aranha, a teia e reservei o parecer para não entrar em qualquer disputa, presente ou futura.
     
     Mágoa? Só o choque do momento, pois conheço os caprichos da natureza.