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sábado, 26 de novembro de 2011

Crepúsculo maior


Encontro a luz que me ensombra,
Procuro a razão que não quero encontrar.
Quero a Terra firme e o oscilante Mar;
Quero o calor do Sol e a frescura da sombra.
Vou contemplar o que quero ver, sereno;
Olhar e ver, apenas, o que a vista alcança;
Dançar a dança que não queres dançar em pleno.

Hoje vamos soltar a vontade,
Vamos errar sem destino, sem origem.
Deixa-te possuir pela revigorante vertigem
De ter e de perder a solene veleidade.
Perde os sentidos num recato que se descerra,
Em abraços dos meus braços, sem esquecer,
Que, depois da subida, teremos que descer a serra.

Encontro o boiar sobrevivente do que eu sou,
Lado a lado com o submergir da caricatura que não quero.
Soltei amarras, a terra e o mar. Sincero, coopero.
Quase tudo numa só cor, nada mudou,
Num bailado, que não é meu, perpétuo e constante;
Quase lembrado numa só memória, é bom,
Sem fobia, abrandar e mergulhar no ensejo reconfortante.

Hoje vamos viver o hoje no tempo certo,
Numa medida que se impõe exacta,
Numa ordem natural que se acata.
Numa corrente de alegria, quero-te perto
E esquecer as horas da noite sem anoitecer.
Anima a paz deste coração em guerra.
Quero-te, mulher, que posso querer.