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terça-feira, 19 de março de 2013

expande o dia




as ruas estão sós e choram de pé
com as sombras que dançam
com a alma numa chávena sem fé

dormem ao largo as ondas vivas
embaladas pela minha sombra solta
que vibra em esquecidas liras redivivas

as penumbras dançam ao meu lado
tento o alento de simplificar a meia-luz
vagas na minha simples ruína e enfado

quero devolver as fases e a lua
e aplanar as imensas espirais de deriva
juntamente com a proposição crua

tudo principia num simples tropeço
do acessível silêncio em mim
e daquilo que inatingível eu pareço


terça-feira, 12 de março de 2013

onde o deixámos




revejo-te em ruas que nunca cruzamos
em esquecimentos construídos
em esquecimentos naturais
e o esquecimento adquire partes do que fui
adquire partes do que sou
adquire partes do que serei
e dito assim
o esquecimento adquire partes de mim
que nunca te encontraram
outras que nunca perdemos
outras que nunca sonhamos
e o esquecimento alimenta-se da forma
do modo e tempo
e da conjugação 
onde deixámos o verbo amar