um dia tudo vai acabar no início,
num arrojo de fomentar e agitar
o silêncio sideral. entretanto,
há poemas vivazes no céu,
que nos fazem adernar as sombras
e dias em que o mar fica a olhar para mim
várias horas, a fotografar-me os sonhos
quando as palavras são pecados mortais
e nós somos apenas perenes quando em paz.
emmentes, abandono-me, espontaneamente,
aos tumultos das ondas e das marés.
são, simplesmente, movimentos de embalar
e reticências que incitam a esperança.
é o vento das boas-festas que me levanta
e me leva para outro lugar.
[19 de dezembro de
2014]