esquivo-me das palavras emboscadas em memórias,
enquanto bebo o fim da tarde liberto e acidental.
tudo é tão relativo neste corpo de resistência,
fora da lógica espacial e da linearidade temporal.
com o caramulo* no colo e a lua nos ombros,
poderia ser qualquer um de vocês de forma sazonal.
mas sou só eu, do outro lado da geometria do espelho,
auto-excluído de um destino traçado ou astral.
as perguntas que faço à natureza, nesta encosta,
recebem sempre a mesma constante resposta:
«o que foi?!» – que ecoa até ao nascer da serra;
até se entranhar longamente na própria terra.
depois, um abraço perdido que me acalenta e descerra,
um afago sob a forma de proposta...
[livro aberto]