É mais fácil ser-se o voo dos pássaros nocturnos
do que ser alguma pequena história sem fundamento,
daquelas que, por vezes, cabem numa linha que se repete
no caminho que se abre nos olhos da manhã, mas sem a
nitidez
desta (manhã), entregue a nós próprios, como uma memória,
em direcção aos primeiros raios de sol, e que sobe,
célere,
pelas aflorações rochosas, como quem avança sobre as
aflorações
caprichosas da saudade, com o joelho a recordar, ao corpo
de poema, que existe.
Isto, voar, ou deixar que o vento nos empurre
para longe da praia,
com o seu hálito de mar e felicidade primaveril.
[sobrevoo]