Nos meus olhos, a concepção de dedos que conquistam
o abstracto do espaço e que procuram as linhas
que formam o corredor do corpo que permuta o desejo.
Tomar um último copo de acaso, talvez espirituoso, sem toldar
a luz que se acende apenas a esta hora, quase meia-noite,
e deixar dormir o calcário, o granito… As pedras em
geral,
pois o acaso justifica o vago da ausência de palavras no
frio
da alma, em pleno verão e, em corpos mal estacionados
sobre os afectos que procuram dar um sentido aos abraços
ao vazio. Visto de fora, à luz do dia, são pequenas coisas.
Mas, à noite, são a interrupção das imagens, ou a
ressurreição
das palavras esquecidas nos subterrâneos da frase, ou de
um verso,
e quando as nossas sombras se tocam, ainda que inadvertidamente.
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