Desejo-te um dia feliz, e fico inerte.
A retribuição, não obrigatória, que não chega.
Os passos, que se prolongam pelo silêncio
Da caminhada, ressoam a despedida.
Gela-me um pensamento glacial,
Nesta época seca e de degelo.
Aperta-se o meu peito, já apertado.
Será que podes não acreditar em mim?
Como pode, alguém, ter um dia feliz,
Nas incertezas de um tempo triste e dúbio?
Mas, quem nos iria supor nesta condição?
Quem diria que a guerra ainda existe?
Que batalhões de vírus nos espreitam?
Ainda assim, desejei-te um dia feliz,
O que mais me poderia desejar?
[miscelânea]
[18 de março de 2022]