quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Arrebatamento segundo a ria


Arrebatamento segundo a ria

Hoje, olhas para o canal e não vês a razão,
Sentes, de coração acelerado, um amor tão forte!
Ontem, não fingias quando refutavas a sua existência.
O que sentirás não possui descrição,
É inexistente e sem garantias, nem puramente sorte;
Nem antecipações de qualquer urgência.

Transportas, sem contestar a necessidade e o fundamento,
Afectos sem denominações, sem legendas.
Anuis em sabedorias desconhecidas e intangíveis.
Aprovas e abençoas apenas pelo prazer e contentamento.
A alegria vive-se sem rasuras ou emendas
E alcança as coisas impossíveis.

Aveiro, 26 de Outubro de 2011

7 comentários:

  1. Hoje sonhas, elevas o olhar para além da realidade e alcanças o impossivel.

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  2. Poderia ser lido como se víssemos, descrito, alguém num estado de ablepsia. (Eh! Eh! Eh!)
    - -
    Hoje leio-o como fragmentos do tempo e do espaço, num "cocktail" de afectos, onde a tentativa de virar do avesso sentidos de justificação empírica é pacificada e vencida pela serenidade da fruição da alegria simples e espontânea, onde encaixa o “Hoje sonhas, elevas o olhar para além da realidade e alcanças o impossível”.
    - -
    O momento: Era uma vez, uma vez que era uma parte de uma vida transformada em argumento, onde se encenava a vida através da vida.
    - -
    :)

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  3. Outro lindo poema. Deixo um beijo e votos de feliz Domingo. Gosto muito de ir lendo aos poucos... Bonita forma de escrever. Parabéns.

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