Um homem na chuva
Sentado para lamentar só para si e só também.
Perdido, sem saber para onde se voltar, voltou.
Agora olha sem ver a distância de onde olhou,
Para o impenetrável e amado coração de alguém.
Alienado e inseguro, chamam-no e ele logo vem,
Pronto para dar, quando mais um se negou.
Nada pediu em troca e, sem querer, a tudo trocou.
Para onde vai sem rumo e o que lhe convém?
Não vai descalço, nem roto, nem sujo. Vai.
Está e anda sozinho no meio da chuva fria,
Tão constante, tão pesada e enérgica que cai.
Adeus diz para quem passa sem um "ai".
Na esperança tão sua, de voltar talvez um dia,
A erguer a cabeça e os olhos e ver o pai.
Esgueira, 29 de Agosto de 2001.
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