Arranjo figurado
Silêncio!
Desmantela a frase,
Despe o vocábulo raso
E contempla o sol que extravase
O horizonte do ocaso.
Silêncio!
Ouço o cântico de uma musa esclarecida,
Madura;
Ouço o cântico de uma brisa de fim de tarde,
Morna;
Ouço o rosnar de uma cor desvanecida,
Insegura;
Ouço o riso de uma labareda cobarde,
Transtorna;
Ouço o troar dos afectos escusos,
Extintos;
Ouço os teus olhares intrusos,
Famintos.
Silêncio!
A morte também falece de amor,
Junto ao leito quente
Do amante ausente;
Próxima da vida do dissabor.
Silêncio?!
Antes a paz.
S. Bernardo, 14 de Julho de 2010.
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