os silêncios a tentarem fazer sentido.
talvez natural fosse ter o teu calor
e o teu cheiro neste demorado abraço,
mas nas noites e nos dias de água
flutuam outros rostos e outros sonhos
que remexem a terra das nossas raízes.
esgravatam à procura de lembranças
que existem apenas em fantasias feridas.
abdico da lamúria e do desânimo do frio,
que de frio treme e se parte contra o rosto
em letras pequeninas, numa inexistência
orgulhosa, enquanto eu suspiro em meio-tom.
é o tempo que grita o meu nome ao vento
porque,
é o tempo que não me tem.
[02 de fevereiro de
2015]