segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

inexistências


farol



perdi, algures, a gentileza de dizer adeus! 
talvez por não partir completamente, 
na ilusão de ter, comigo, quem fica ou vai, 
numa forma substancial de proximidade. 
  
enquanto remexo nas folhas do meu peito, 
tacteio a terra que nele transporto. hoje, 
tudo é tão frio e distante por aqui. porquê? 
eu que me contento com um pedacinho 

de céu azul, com um cantinho de chão verde, 
ou com umas gotinhas do oceano no horizonte… 
sinto toda a fragilidade destas linhas do ciclo 

da vida, que não quero ler. conheço-as bem. 
tem palavras abraçadas, que esperam abraços… 
mas eu estou cansado de abraçar o vazio. 




4 comentários:

  1. Dizer adeus dói...
    Lindo, o poema, como sempre.

    Beijinhos, Henrique! :)

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  2. É como estando já jazido sob a terra e as folhas, sem nunca ter ido, talvez por não desejar partir. Muito bem escrito. Dá para sentir o remexer das folas e terra.

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  3. não gosto de dizer Adeus, não gosto da palavra.
    mas, o teu abraço talvez não seja em vão e talvez sem saberes, o teu abraço é tudo o que é preciso.
    :)

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