sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Crispado


Procuro, perdido, uma luz que não conheço.

Ouvi dizer que tu também te sentes só,
Que remexes em coisas cheias de pó
Desse passado escondido e tropeço.


Bem conheço as conversas de outras gentes
E das vontades de facilitar a confusão.
Tão próximos estamos e tão separados são
Os nossos destinos de vidas diferentes.
Quero estar feliz contra os meus demónios,
Contra o cinismo circundante e opressor,
Contra o colega autocrata e ditador,
Engenheiro da detonação dos meus neurónios.


Não me sinto derrotado, mas cansado.
Perdido!? Só pelo fraquejar da força.
Não há porfia manhosa que me torça,
As lutas e disputas fazem parte do meu fado.


Porque não procuras essa luz comigo?
Vem juntar a tua dor solitária
À minha dor crua e desnecessária,
Faremos do mundo o nosso abrigo.
  
   

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