Gostaria de sentir o teu mais terno afago.
Imagino que me envolves docemente e sem fim.
Imagino-te com o odor puro a jasmim,
Pela livre convivência com ele, e indago,
Com a liberdade de quem já perdeu tudo,
Com a consciência de quem não quer enredo,
Se uma afeição me pode fazer cair o escudo,
Se uma benquerença me afastará o medo.
Como eu temo o que é demasiadamente exacto.
Não sentencio, não prometo, não minto.
Saberás sentir e entender aquilo que sinto
E reconhecer que não vendo a alma em pacto.
No silêncio afiguro coisas simples como nós.
Gostaria que me concebesses como imperfeito,
Num contido anseio, puro e sem voz,
Que espraio sobre o teu afectuoso peito.
Sofro com a antiga memória de algo vago,
Um sentimento que já não conhecia em mim.
Um sentimento benévolo, sem pressa, assim:
Uma saudade que não é espera. E sufrago.
Ouço o sussurro que me eriça mansamente e cedo.
Não fico quieto e descanso. Permaneço mudo.
É aprazível o momento, encantador e ledo.
Lascivo, em concórdia, por completo me desnudo.
[06 de Julho de 2007]
Escrito e editado, originalmente, por mim, no blog Aurorar III do jornal Sol [Aurorar 3.1]
: http://comunidade.sol.pt/blogs/tugazzar/archive/2007/07/06/Cicio-afectuoso.aspx
: http://comunidade.sol.pt/blogs/tugazzar/archive/2007/07/06/Cicio-afectuoso.aspx
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