Amadeo de Souza-Cardozo - Par impar |
Pressuposto de panaceia
As promessas de vários
gumes estavam cravadas
Nos vocábulos mansos
de um eixo bravio.
A aliança pendia
livre, presa num curto pavio;
Fendida por
desconfianças e ofensas agravadas.
O viço das coisas
belas e das realidades amadas
Era um denso nevoeiro
de prata, sem brio.
O pino da Primavera
formava um imenso vazio
E o laço soltava
sensibilidades antes ignoradas.
Pejado de ensejos de
profunda comiseração,
Corre, pautado, um
arroio pardo, sem registo,
Ao encontro do
manancial de consolação.
Eis o prémio
reconhecido de uma vida de imprevisto:
O amor pungente,
pingente de oração;
Vereda sinuosa e
melosa na arriba onde resisto.
Nariz, 24 de Maio de
2010.
Sabe onde posso encontrar uma interpretação generalizada desta obra?
ResponderEliminarprodanyntr@hotmail.com