quinta-feira, 31 de maio de 2018

{Visão geral}




Os pássaros perdem as imagens, são uma confusão de sons sem passagens, 
e o dia vai, vai numa fila de contratempo; vai com poesia e sem tempo. 

Suponho, neste abraço rodoviário, que a vida pode ser um sonho; 
pode, um beijo imaginário, ser muito feliz, num fim de tarde de calendário, 
onde crescem paredes numa hera que veste um casaco de primavera. 

Aveiro está no choco, a incubar palavras sensíveis, no ulmeiro. 
Os canais, de céu descomunal, mas legível, acolhem a noite exequível, 
a noite inapelável, que tem mais asas do que voo provável 
e a arte de estar ausente. Eu, não tenho nada; faço parte, paciente. 



 [sobrevoo]



5 comentários:

  1. Muito bom! Amei as suas palavras!!

    Beijo. Bom fim de semana!

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  2. Nem sei o que dizer... É um agradável e estimulante condensado de palavras... Gosto poema!
    Bjks :)

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  3. Adorei o fazer parte... de um belo cenário poético... que tão bem nos mostras... na tua visão... em palavras...
    Um poema belo, profundo e introspectivo, como sempre por aqui...
    Bom ter-te de volta! Beijinhos! Feliz semana!
    Ana

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  4. Belíssimo poema! Parabéns! É... "A arte de estar ausente" faz nós sermos mais presentes que o governo que passa. Grande abraço. Laerte.

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